Filho e neto de mulheres escravizadas, Joselino do Monte Carmelo foi um santista ilustre quando o assunto é arte barroca. Sua obra como pintor tem temática religiosa voltada para a decoração de igrejas e conventos. Informações apontam que era sobrinho-bisneto, pelo lado materno, de Alexandre e Bartolomeu de Gusmão. Casou-se em Itu, teve cinco filhos, mas após a morte da esposa se tornou padre. Ou não. Há controvérsias. Isso porque algumas informações encontradas dizem que ele não pode ser ordenado por conta de sua cor de mulato. Outros registros e pesquisas não mencionam este detalhe e o consideram um padre de ordem católica. A sua biografia foi estudada por Mário de Andrade, na década de 1940, para o então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN). Em Santos, o Conjunto do Carmo (Igreja da Venerável Ordem Terceira e a Igreja dos Freis Carmelitas) é o único lugar que mantém trabalhos do notório filho da terra e não sabemos em quais condições se encontram. Ali ainda existem algumas telas raríssimas e duas estatuetas, uma de Santa Ana e uma de São Joaquim, réplicas da obra de Jesuíno das quais não se tem notícias das originais, de acordo com o historiador santista Costa e Silva Sobrinho. Jesuíno também era músico, compunha músicas sacras e construiu um órgão para o convento do Carmo de Santos. Dois filhos de Jesuino também se tornaram padres. Elias do Monte Carmelo e Simão Stock do Monte Carmelo faziam parte da congregação do Patrocínio. Elias foi fundador de hospitais e recolhimentos. Os ´padres do Patrocínio´ como eram chamados, não eram uma ordem ou congregação religiosa autorizada pela Igreja, mas uma simples sociedade de clérigos seculares que se reuniam para aprofundar a prática das doutrinas cristãs. Pr. Barão do Rio Branco, 16 - Centro, Santos - SP, 11010-040