Maria Patrícia Fogaça
Nascida em 1838, filha dos pretos libertos Patrício e Joana, desde os 9 anos Maria Patrícia amparava a mãe, tendo o pai se matado no caminho do Jabaquara no ano de 1847. Aos 19 anos, casou-se com Levino Fogaça. Em 1883 fundou a Sociedade Espírita Anjo da Guarda. Realizava o serviço de 'aparadeira' ou parteira.
"Em 1871, quando a Cidade tinha 9.151 habitantes (7.545 livres e 1.606 escravos), ela já exercia condignamente a profissão que abraçou, sofrendo, inclusive, uma campanha de desmoralização devido a sua cor. E diante das hostilidades impostas por pessoas preconceituosas, contou com o apoio do Dr. Silvério Fontes que, na qualidade de conceituado médico, procurou defendê-la utilizando todo o seu prestígio junto da sociedade santista." (MUNIZ JR., 2008, p.33)
Maria Patrícia foi alvo de perseguição pela imprensa e orquestradas por senhoras da elite, obstetrizes formadas na França, que tentaram desqualificar o trabalho de uma negra que não possuía os 'civilizados' aprendizados. A mesma elite, no entanto, venerava seu trabalho, tendo o médico Silvério Fontes saído em sua defesa.
Em razão desse trabalho, chegou a ser considerada símbolo da Mãe Preta, a mãe dos santistas. No livro Santos Noutros Tempos, Costa e Silva Sobrinho conta: "Maria Patrícia, solicita e dedicada, atendia todos sem distinção de classe, cor, posição social ou nacionalidade. Não fazia da profissão mercantilismo, mas encarava-a como puro sacerdócio. Ainda hoje, pelos seus cadernos de chamados, vemos com verdadeira surpresa que nos seus braços desabrochou para a vida uma geração inteira. Quase todos os filhos das pessoas mais qualificadas de então foram recebidos por ela." (SOBRINHO, 1953, p.89)
Maria Patrícia Morreu em 1903. Em 1951 seu nome batizou uma rua no Jardim Santa Maria, Zona Noroeste de Santos, entre a avenida Nossa Senhora de Fátima e o Horto Municipal. Também dá nome à uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) do Saboó.
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