Os irmãos Andradas eram maçons e muito próximos da realeza. Isso fica evidente nos símbolos espalhados no mausoléu onde jazem as cinzas de Antonio Carlos, Martim Francisco, padre Patrício Manuel e José Bonifácio de Andrada e Silva, o ‘Patriarca da Independência’. O “templo cívico” com descreve o site da Prefeitura de Santos, foi inaugurado em 7 de setembro de 1923. Os santistas estudaram na Europa e retornaram, exercendo atividades profissionais, cargos e papéis políticos no Brasil colonial.
O último possuía um sítio que ocupava uma área do Macuco, junto ao canal do Estuário. Foi defensor do mito da democracia racial e romantizou a miscigenação apesar de ser exaltado pela defesa da Abolição.
Entretanto, para além da luta pela Independência e de seus serviços ao Império, as justificativas para intitulá-lo defensor da abolição costumam ainda se citar a representação que José Bonifácio apresentaria à Assembleia Constituinte de 1823.
É preciso dizer que a proposta do constituinte sugeria acabar 'gradualmente' com os 'últimos vestígios da escravidão'. Também propunha uma 'nação homogênea', 'ir acabando com tanta heterogeneidade física e civil', inclusive defendendo 'casamentos mistos'. A historiadora Mary Del Priore, em As Vidas de José Bonifácio, ressalta o desejo dele de "construir na América uma nação de padrão tal qual vira na Europa" (2019, p. 205). A mesma autora observa que a nação já era mestiça.
Quanto aos negros, José Bonifácio considerava que "a incapacidade para a cidadania decorria da escravidão", o que poderia "impedir a constituição do Estado civilizado". A representação não foi adiante porque a Assembleia Constituinte foi dissolvida em novembro de 1823.
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