A Fonte do Itororó, assim como a do São Bento, era local de idas e vindas dos escravos em busca de água. As águas do Itororó canalizadas abasteciam ainda o chafariz do Largo da Misericórdia, na atual Praça Mauá, onde negros e negras vendiam doces.
Destacamos uma passagem onde a Revista Commercial, em 21 janeiro de 1851 (p. 3) destaca a crueldade da escravidão: "Quem quizer convencer-se d'esta verdade, dê um passeio ao nascer do sol no lugar, denominado Itororó, e ali verá aparecer à essa hora um mísero escravo que mal pode caminhar, trajando camisa salpicada do quente sangue e que já tem sahido das feridas feitas pelo vergalho. – Batte-lhe o coração aproximando-se do pelourinho, onde de novo vae ser amarrado para receber uma nova ração, sempre nas mesmas feridas e as dores que lhe causarão as torturas do bárbaro e dia no supplício soffocão a sua vóz, que, já se tornou rouca pelos gritos lamentosos. Mil vezes talvez já exclamou debaixo dos padecimentos do inescoavel castigo as palavras: 'Basta meu Senhor!'. Mas nada de compaixão por que este verdugo não está farto ainda de sua vingança, direi antes do sangue de seu semelhante. Entretanto é um homem como nós, cujo sangue jorra a relva, e a humanidade se cala.” (MUNIZ JR., op.cit. p.31)
Endereço:
Praça Corrêa de Melo - Centro, Santos - SP, 11013-153